A face cansada repousa, inerte, voltada para um céu vazio
Dedos machucados são envolvidos pela relva serenada e fria
Jaz ali o traste de um poeta exaurido pelos ventos da noite
Trazem os anjos clementes as lufadas do fogo negro que lava as tristezas...
Atendam as preces, seres da escuridão mais profunda
Busca o poeta a paz de seus antros de esquecimento
Já é tarde para esperar, silente, o amanhecer
Já não virá o sol no longínquo firmamento
"Parte de mim morreu naquele inverno", segredou o bardo em seu delírio
As árvores do bosque escuro acalentavam aquele lamento
Cada ser vivente condoia-se ante as rimas balbuciadas
Cada flor encerrava, em suas pétalas, uma recordação, um momento...
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