sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Reflexão...

É assustador como as pessoas, nos dias atuais, têm a infeliz capacidade de, de um momento para outro, olvidar toda sua capacidade reflexiva e conhecimento e externalizar ações e palavras absolutamente alijadas da realidade, em que nem elas próprias - em seu âmago - acreditam. Nesses casos, tentar ver o mundo - e compreendê-lo - por aquilo que sai de você representa um sintoma de quase loucura, um nível hipnótico de consciência capaz de criar tensões inimagináveis, que macula toda a sensatez (externalizada no olhar) pela verborragia tendenciosa que sai da boca... Nada é mais eficaz para se atingir tal estado patológico do que o pensamento revolucionário..!

Ópio Vermelho



Onde vive sua mente?
Em um mundo, onde o mestre é demente...
Você acredita buscar,
Mas não quer enxergar
Não quer enxergar

Onde vive sua mente?
Onde o amor não está mais presente...
Você acredita esperar
Mas você não estará lá
Jamais irá chegar

Onde vive sua mente?
Entorpecido, perdido, silente
Você acredita ainda respirar
Uma mentira a lhe inspirar
Uma mentira a esperar

Onde vive sua mente?
De si próprio, ausente...
Atirado ao pó do silêncio
A esperar, no frio relento
Incapaz de resistir às forças do vento

Onde vive sua mente?
Prostituta de efêmero júbilo, que se sente
Apenas uma vez...
Já esta pálida sua tez
Um sorriso reconhece, sua própria pequenez

Onde vive sua mente?
Já não mais inocente
Vagando em seu próprio labirinto
Mais uma parede erigida “eu sinto”
O fim, enfim, eu sinto

Onde vive sua mente?
Em mentiras de rubra frente
Te convence, te vence
Não é fácil o despertar
Mas quando a lágrima molhar
E você não se reconhecer em espelho d’água
As mentiras que te contaram
As luzes do seu caminho, que elas apagaram
Te farão voltar
Te farão voltar...

domingo, 16 de setembro de 2018

A espera à janela


 A espera à janela


Teu olhar se perde no véu da tempestade...
O que será isso em seus olhos, senão a perene saudade?
Não te importes mais, logo a noite virá
E cerúleo fulgor teu sono não despertará...

A floresta é apenas um quadro negro,
Cuja candura é entrecortada pelo ulular do vento
O que espera daquela lembrança?
“Mais um clarão, uma luz, uma derradeira esperança...”

Do calor das tuas narinas
De tua face, nesta noite, tão lívida
De tuas gélidas mãos, dolentes a descansar...
“Não , nesta noite não haverá luar...”

Descanse, lívida tão bela
Não faça das saudades uma cela
Ouve o espírito do corvo, que te fala
O sábio mistério, o caminho aclara:
“A chuva, o vento, a penumbra ou qualquer rumor...
Jamais confundirá aquele que se guia pelo Amor”.


16/09/2018