domingo, 23 de junho de 2024

A Caminhante nas Trevas


Desvanecia-se o chão firme sob meus pés cansados

Eu vi minh'alma sustentada aos ventos da noite

Meus passos vacilavam, meus dias eram escassos

Maus sonhos  - bons outrora - tornaram-se açoites...

 

Eu chorei pelos meus sonhos atirados no abismo escuro

Já não havia caminhos possíveis - era tudo perdição

Cada vereda, cada esperança, um lamento puro

Para aquele cujo eterno amor é uma maldição...

 

"Eu amei verdadeiramente" - cicatriz no tempo 

Cada rocha dessa estrada era um momento

Que se perdeu na infinitude dos dias sem ti...

 

Retiraram meu chão seus olhos de temível desprezo

Serei eterno em minha tristeza - "não mais a reconheço"

São cinzas em mim o amor que um dia vivi...

 

Alma torpe, condenada às profundezas escuras do arrependimento

Tu sentiras o que fez em mim, em cada momento 

Deus queira que um dia um alento

A ressuscite em sua própria alma...

E sejam as noites de lua cheia o teu carma

E o nome do poeta que enlouqueceste 

Brilhará em cada estrela

E tu verás o que caminho de amor que renegou

Tua vil traição ecoará nos confins de teu espírito

E naquelas dias teu pai te lembrará 

De cada beijo meu

De cada carícia minha

Que tu abandonaste nos recantos de seu coração ambíguo

E o chão que faltar aos seus pés

A levará para longe das lembranças de mim

Das lembranças de mim...

 

 

Allan Kelvin


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sábado, 8 de junho de 2024

 Reflexões Filosóficas


Há um certo desespero poético na intangibilidade do amor verdadeiro.