terça-feira, 19 de março de 2024

A Face Oculta (soneto)


Lua – teus mistérios argênteos inundam a terra

Segregada das sombras, desperta os segredos

Tua face lívida nas noites revela

Tua alma ambígua, teu mote, teus medos!


A face iluminada de solidão nívea e profunda

Desvela em meus olhos lembranças de alguém

A face oculta beija a infinita penumbra

Como meus pensamentos vagueiam no além


Luz e tênebras, enamoradas perenes

Arremedam um coração dúbio de amor

Nas madrugadas atiçam suspiros candentes


Arrosta as trevas no infinito insondável

Minha alma, fâmula, reflete o palor

Beijam-se, no espaço, o oculto e o astro!

 

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