O Corvo Branco
Ipê,
Pinheiro, Angico
Ingá, Araçá
O corvo branco se escondeu por lá
Ipê,
Pinheiro, Angico
Ingá, Araçá
O corvo branco já passou por lá
Meus pensamentos tortuosos
Se confundem com a estrada,
O vento congela os ossos
Reduzindo ao pó, me reduzindo ao nada
Eu sonhava com ela
Aquela noite, aquele instante
A solidão - do amor à guerra
Quando o ser alado, ilumina o horizonte
Corvo branco,
Seja meu guia nessa estrada escura
Pálido voador da noite
Prateado pela lua!
És o fantasma,
De tantos amores esquecidos,
Guarda os viajantes,
Nas curvas, nos perigos!
Espectro da noite
Tinhas asas de um anjo,
Tinha penas cor de neve,
E nas rochas, seu descanso
Vigilante das madrugadas,
Vigia os que sobem as montanhas
Traz nas tuas garras,
As pratas das campanhas
Corvo branco,
Seja meu guia nessa estrada escura
Pálido voador da noite
Prateado pela lua!
És o fantasma,
De tantos amores esquecidos,
Guarda os viajantes,
Nas curvas, nos perigos!
Trabalhadores caíram
Seu trabalho, sonhos e guerras
Teus olhos viram,
Cada golpe nessas pedras
Cavaram a estrada,
E com ela, tantas sepulturas
O corvo os assombrava,
Quando olhavam pras alturas!
Corvo branco,
Seja meu guia nessa estrada escura
Pálido voador da noite
Prateado pela lua
És o fantasma,
De tantos amores esquecidos,
Guarda os viajantes,
Nas curvas, nos perigos!
Ipê,
Pinheiro, Angico
Ingá, Araçá
O corvo branco se escondeu lá
Ipê,
Pinheiro, Angico
Ingá, Araçá
O corvo branco já passou por lá!
A. K. M. J
Urubici, 09/10/2021.
***